domingo, 4 de janeiro de 2009
Dionorina o bom de reggae ao classic
Dionorina nos conta como decidiu seguir o caminho do reggae, do início da carreira..
Firma Produções/A Península - Quando e como você decidiu seguir o caminho do reggae?
Dionorina - Já havia escutado a música no programa de Big Boy - Ritmos de Boite, na Rádio Mundial nos anos 70, mas não sabia que era reggae e não sabia quem cantava a maioria das músicas. Lembro-me de Jimmy Cliff cantando Vietnã. Ouvindo essa música vinda de ruas de chão batido em Feira de Santana- Bahia, e participando dos ensaios de Afoxé Pomba de Malê no Bairro da Rua Nova, onde está a maior concentração da cultura Afro-Ameríndia de Feira de Santana, uma cidade de 700.000 habitantes onde nos guetos da Rua Nova, moram aproximadamente 40.000 pessoas, aquela música onde o baixo sempre repetia as mesmas frases e a guitarra fazendo uma base diferente do normal me chamou a atenção e a partir de então comecei a estudar os textos, de quem era e o que dizia. Daí descobri o reggae. Música que denuncia as diferenças sociais. Música de cunho espiritual. De conscientização e de entretenimento na qual tenho a mesma afinidade de cunho social, político e verdades onde me pauto para fazer a minha música falando sempre a verdade com a música reggae.
Firma Produções/ A Península - No início de sua carreira (10 anos de idade) qual era o repertório que você cantava na rádio de Feira de Santana?
Dionorina - Nelson Gonçalves, Adelino Moreira, Altemar Dutra e outros.
Firma Produções/ A Península - Quais as influências de Dionorina?
Dionorina - De Bach, Beetoven, Stravinsky, Smetack, Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Jimmi Hendrix, Mahavisno e Orquestra, a João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento e sem dúvida, Bob Marley e de meu conhecimento musical.
Firma Produções/ A Península - Quem compõe as músicas que você canta? Como funciona as apresentações, quem acompanha Dionorina no palco?
Dionorina - Minhas composições sempre tem parcerias nos textos, em sua maioria, ou interpretações de músicas de compositores que tenho afinidades. As apresentações se dão única e exclusivamente através de contratações com cachê fechado pois temos custos com estúdios de ensaios e transportes dos músicos e instrumentos, além dos custos de produção que temos para cada show que efetuamos. Atualmente, estou subindo ao palco com nove músicos me acompanhando.
Firma Produções/ A Península - Na sua opinião, qual a maior dificuldade que uma banda de reggae encontra para conseguir se destacar e ter o seu trabalho reconhecido?
Dionorina - Todas as dificuldades possíveis por ser uma música que fala de verdades e uma música que não vira moda. Com a vinculação da maconha há ainda uma maior discriminação.
Para o reconhecimento há a necessidade de se fazer uma boa música, ter conhecimentos musicais e tocar com bons músicos. Só intuição musical não basta. Ou dinheiro para comprar a mídia. Vira sucesso em dois dias.
Firma Produções/ A Península - Você se identifica com a cultura Rastafari? Qual a filosofia sua.
Dionorina - Não me identifico. Sou um reggaeman. Minha filosofia é mostrar a verdade através do meu canto, minha visão social e política. Onde o que falo em minhas músicas sempre é a verdade do que vejo, do que sinto e do que sou.
Firma Produções/ A Península - Você freqüenta as festas e eventos ligados ao reggae?
Dionorina - Algumas vezes. Sempre que possível.
Firma Produções/ A Península - O que você acha da moda de ter show de reggae junto com show de forró? Você encontra alguma ligação nesses dois estilos musicais?
Dionorina - Para o público talvez seja um atrativo a mais. O reggae e o xote são ritmos das lembranças africanas. Mas quando é um Show só de reggae ou só
de forró o público é mais especifico.
Firma Produções/ A Península - Falta espaço para o reggae brasileiro no cenário musical nacional?
Dionorina - Sim. Da mídia. E a não veiculação da música reggae nas programações musicais de todas as rádios.
Firma Produções/ A Península - O que ainda falta pro reggae deixar de ser “underground” e estourar
no mercado?
Dionorina - Justamente o dito anteriormente. Espaço na mídia.
Firma Produções/ A Península - Qual a política de Dionorina em relação a maconha?
Dionorina - Sou um Senhor de 50 anos e preciso manter meus neurônios despertos.
Firma Produções/ A Península -Quais as bandas de reggae internacional e nacional que você escuta?
Dionorina - Todas possíveis.
Firma Produções/ A Península - Com qual artista gostariam de dividir o palco em um show?
Dionorina - Todos os grandes músicos. Não há assim um nome específico.
Firma Produções/ A Península - Fora o estilo musical reggae, o que toca no seu cd player?
Dionorina - MPB, Instrumental, Música Erudita. Meu gosto é amplo e eclético.
Firma Produções/ A Península - Você acredita que as estruturas montadas para shows de reggae, assim
como as pessoas envolvidas na produção de eventos relacionados ao estilo, valorizam o trabalho do músico e das bandas?
Dionorina - Na maioria, não. Somente eventos com profissionalismo e critérios de produção é que tem essa preocupação o que está cada vez mais raro em nosso país, infelizmente. Uma boa parte é composta de pilantras. Falta respeito com o artista e profissionais envolvidos. O amadorismo anda tendo mais retorno.
Firma Produções/ A Península - Qual a maior dificuldade que você encontrou até hoje?
Dionorina - Dinheiro para produção.
Firma Produções/ A Península - Qual foi o melhor show de Dionorina?
Dionorina - Gostaria de citar dois momentos muito importantes para mim. Tocar para 100.000 pessoas em Itabuna no Trio Elétrico Planeta Reggae e receber o convite para ser o homenageado no ano de 2004, no Carnaval antecipado com o Tributo a Dionorina e tocar para a elite de produtores musicais da Europa em evento fechado a beira de uma piscina na Bahia. Foi marcante e um novo momento registrado e galgado em minha carreira. Estarei sendo representado por eles na Europa no próximo mês de outubro em grande evento.
Firma Produções/ A Península - Com a internet, hoje em dia o acesso a tudo fica mais fácil e rápido.
Qual a sua opinião a respeito de mp3 e a troca de músicas pela internet?
Dionorina - É a máquina do tempo. A mesma música que toca aqui, toca no Japão, na Lua ou em qualquer lugar do Universo em tempo real.
Com relação as mp3?s, para divulgação é uma maravilha e se houver comercialização que o artista esteja ciente e autorize ou não, dependendo de seu interesse comercial, visto que ele sobrevive de seu trabalho como qualquer profissional.
Firma Produções/ A Península - Como você descreveria o movimento reggae na Bahia? Quais locais você indica?
Dionorina - Não tenho acompanhado o movimento regueiro baiano há praticamente três anos. Em Salvador, no Pelourinho, há um espaço de reggae e que tem boas sessões. Tem também o Rock in Rio Café. Foi o que vi superficialmente. Não tenho outras informações.
Firma Produções/ A Península- Aqui fica um espaço para que a você deixe uma mensagem.
Dionorina - Que a força da luz direcione nossos caminhos para o bem. E que em breve estarei no ensaio do Bloco Planeta Reggae ai em Barra Grande com o show Dionorina INCONCERT de Villa Lobos a Bob Marley e desejar boa sorte ao novo prefeito que é negão Pito boa sorte e muita luz.
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