quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Rui Costa critica posição extraoficial do PMDB

Vítor Rocha, do A TARDE

O secretário de Relações Institucionais do Estado, Rui Costa, classifica como “esdrúxula” a posição extraoficial do PMDB em apoiar a candidatura de Elmar Nascimento (PR), da oposição ao governo, para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL). Ele conversou na terça-feira, 20, com o presidente peemedebista no Estado, Lúcio Vieira Lima, e disse que vai continuar conversando para colocar a impossibilidade de um partido da base governista apoiar candidato opositor.

“A palavra é conversa. Dizer que qualquer posição cabe, a não ser apoiar deputado da oposição”, explica Costa. “É como se estivéssemos num barco e alguns dos remadores começassem a remar contra os outros, enquanto competimos com outro barco”, disse o secretário, arriscando a comparação e mostrando esperança em chegar a um consenso com o PMDB.

A TARDE noticiou terça que os oito deputados peemedebistas fecharam questão para apoiar Elmar Nascimento, informação confirmada pelo deputado Ferreira Ottomar (PMDB), apesar de o presidente da legenda na Bahia negar. Lúcio Vieira Lima diz que a única definição partidária é não votar em Marcelo Nilo (PSDB), candidato governista, por ele ter garantido que não concorreria à reeleição.

“Uma coisa é se ter dois candidatos da base e você escolher um. Outra é fechar com quem é contra o projeto político que você ajuda a construir”, continua o articulador político do governador Jaques Wagner, Rui Costa. “Isso é uma situação esdrúxula”, define. Costa lembra, no entanto, que o presidente peemedebista disse a ele que o partido ainda não tem posição oficial.

Wagner se limitou a dizer na terça que “quem vota em Elmar, vota na oposição”. O governador tem demonstrado cansaço em tratar sobre a tensão entre PT e PMDB.

Veto – O PMDB alega que não recebeu nenhum comunicado do governo oficializando Nilo como candidato. “Já acabou esse tempo de o governador dizer ‘meu candidato é beltrano, fulano ou sicrano’. Agora ele deixa a bancada articular isso”, disse Rui Costa. “O governador não poderia definir um candidato, até porque o próprio Leur (Lomanto Jr., do PMDB) o procurou para se dizer candidato”, completa Costa. Leur, líder do PMDB na Assembleia, desistiu da tentativa de ser presidente do Legislativo.

O líder do governo na AL, Waldenor Pereira (PT), duvida da debandada dos peemedebistas. “Eu não acredito no apoio do PMDB a Elmar”, falou, mas se mostrou cauteloso ao dizer que o máximo que o governo pode admitir é a abstenção ou o voto em branco dos peemedebistas.

Ainda sobre a sucessão na casa, marcada para o 1º de fevereiro, ontem o PP definiu oficialmente o apoio a Marcelo Nilo, depois de uma reunião dos cinco deputados com Wagner. Com isso Nilo alega ter 40 votos.

Bahiafarma – A AL aprovou ontem o projeto de lei responsável por recriar a Bahiafarma, fábrica estadual de medicamentos. A empresa havia sido extinta no governo Paulo Souto (DEM). A meta do governo é instalar a fábrica e o centro de pesquisa em medicamentos até 2010 em Vitória da Conquista, onde já existe o espaço físico.

“Inicialmente iremos produzir quatro anti-hipertensivos a serem distribuídos por toda a rede pública de saúde. Depois vamos aumentar a variedade de remédios fabricados”, explicou Gisélia Santana Souza, superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde.

Outros três projetos também foram aprovados ontem, todos relativos à Defensoria Pública do Estado. Eles estabeleceram um aumento do salário inicial do defensor de R$ 4,6 mil para R$ 10 mil, depois de incorporação de gratificações e um extra que eles recebiam para atender em mais de um local.

Além disso, foi criada a ouvidoria do órgão para fiscalizar a atuação dos 201 defensores no Estado. A oposição votou contra este item por conta de resistência de uma parte da categoria à ouvidoria. “Reconhecemos o avanço, mas somos contra a ouvidoria da forma que foi criada”, disse a presidente da Associação dos Defensores, Laura Fagury.

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