terça-feira, 20 de janeiro de 2009

“Briga” pela UPB gera embate entre partidos



Rita Conrado, do A TARDE

A nove dias das eleições para a presidência da União dos Municípnios da Bahia (UPB, a possibilidade de consenso entre PT e PMDB parece cada vez mais distante. A discussão que agora dificulta a negociação é a resolução que dá a ex-prefeitos condições de votar.

O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, apesar de negar que se pense em boicote, recomenda atenção aos prefeitos do partido, de forma a não validar a medida.

O prefeito de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia, candidato do PMDB, contudo, tem uma interpretação pessoal sobre o posicionamento petista. “Algumas figuras do PT, ao contrário do governador Jaques Wagner, trabalham para que a aliança entre PT e PMDB, firmada em 2006, seja desfeita”, diz.

Revelando considerar que a mudança das regras da UPB após o resultado das eleições municipais de 2008 é um “casuísmo inominável”, Jonas Paulo diz que a resolução põe em risco a honorabilidade da instituição. É um retrocesso no processo democrático”, afirmou.

“Ex-prefeitos serão filiados apenas para votar, pois não participam da vida da entidade”, avaliou, embora ressaltando que a discussão deve ser feita pelos filiados da UPB. “Compete aos prefeitos reverter essa situação, para que não fique essa mácula na história da entidade”, disse Jonas.

Dificuldade - O candidato do PMDB à presidência da UPB, o prefeito de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia, acusa “algumas figuras de dentro do PT” de não aceitar o fortalecimento do seupartido na instituição. “Não percebem que fortalecer o PMDB é fortalecer a base de apoio do governo Wagner, já que somos aliados”, ressaltou Maia, fazendo questão de destacar o posicionamento neutro de Wagner na disputa.

Maia definiu como incoerente a posição dos petistas em relação à resolução aprovada em outubro do ano passado. “O prefeito Luiz Caetano (PT), várias vezes, defendeu a permanência do atual presidente na UPB, Orlando Santiago (DEM) por mais dois anos”, disse. “Santiago, que fez uma grande gestão, é ex-prefeito de Santo Estêvão”, lembrou. “Essas figuras querem é complicar o processo, porque não querem que a presidência fique com o PMDB”, diz.

Enquanto a situação não se define, o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), continua candidato à presidência da instituição. Neste domingo, 18, sua assessoria informou que, no final de semana, ele esteve em Ilhéus, Barreiras, Irecê, Central e Santa Maria da Vitória, onde conversou com prefeitos dessas regiões. “Para Caetano, a campanha começa a tomar corpo. Mas ele ainda acredita no consenso”, afirmou o assessor Rogaciano Medeiros.

O consenso, segundo Jonas, até poderia mudar a indicação de Caetano, mas não seria fácil. “Seria preciso encontrar um nome com a sua capacidade de aglutinação e sua história de luta pelo municipalismo”, diz Jonas.

Maia, que defende no cargo o partido com maior número de votos nas eleições municipais, rebate tais argumentos. “Caetano nem ao menos era filiado à UPB, filiou-se em setembro, pagando os atrasados. Como pode ser considerado municipalista?”, arguiu. “Eu é que me enquadro nesses critérios”, disparou o peemedebista.

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