Regina Bochicchio | A TARDE
A grande matéria da Assembleia este mês, inevitavelmente, será a eleição para a presidência da Casa que acontece dia 1º de fevereiro. A eleição de Marcelo Nilo (PSDB) é importante para o governador Jaques Wagner (PT) para garantir que tudo seja mantido sob controle na Casa nos dois últimos anos de seu mandato quando deverá concorrer à reeleição. Isso porque embora o líder do governo Waldenor Pereira (PT) tenha se desdobrado para manter os deputados governistas unidos, a fim de aprovar projetos importantes para o Executivo, a base governista é heterogênea demais para manter uma coesão confiável. Partidos que outrora eram da ala carlista hoje são da base petista, como é o caso do PTB e PP.
Nilo na chefia da Casa pode representar mais segurança e, embora o tucano se diga independente, já disse que tem relação amiga e leal com o governador Jaques Wagner, de quem não quer se afastar politicamente. Mesmo que em 2010 o PSDB não apoie o (a) candidato (a) do presidente Lula. Se Paulo Souto (DEM) for para o PSDB, diz Nilo, ele sai do partido. Para onde migraria? Provavelmente para o PT, mas nada está definido, segundo o presidente da AL.
Já com um outro nome ocupando a presidência do Legislativo, que não seja do PT ou alguém que a legenda apoie, a situação não ficaria muito confortável para o governo Wagner. Se, de fato, uma aliança entre PMDB-DEM-PR se consolidar para concorrer à presidência da Casa, haverá disputa em Plenário e o voto dos parlamentares é secreto. E sempre costuma haver algumas traições, de qualquer que seja o lado. Nilo diz que contabiliza, hoje, 40 votos certos. Num mês de ebulição permanente, como deverá ser este, muitas coisas podem acontecer contra ou a favor dele. Com um estranhamento cada vez mais claro entre PT e PMDB, a disputa pela presidência na AL ganha contornos maiores. O PMDB já disse que não quer saber de Nilo, do qual o PT não abre mão. Tanto PT quanto PMDB alimentam esperanças de verem seus candidatos eleitos.
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