domingo, 11 de janeiro de 2009

INCENTIVO AO USO DE BICICLETAS E MELHOR APROVEITAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS





Sérgio Oliveira

solive2002@uol.com.br


Nossa região mais uma vez peca por não aproveitar o que a natureza nos deu. Duas cidades como Itabuna e Ilhéus, que distam entre si pouco mais de 25 km, ligadas por uma estrada cuja topografia é plana ou, no máximo, levemente ondulada, abrigando Centro de Pesquisa, Universidade e, quem sabe, uma escola técnica – o CEFET - não dispõe de uma ciclovia (pavimentada e iluminada), que poderia colaborar de forma significativa para que os estudantes e moradores pudessem se deslocar facilmente e com baixo custo, o que iria melhorar as condições de transporte para todos. Desde o deslocamento até a universidade, até mesmo uma ida até a praia.
Na contramão de muitas outras cidades em todo o mundo, tais como: Nova Iorque, Paris, Londres, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Aracaju, dentre outras, que atualmente já estudam a ampliação da quantidade de ciclovias existentes, sequer discutimos o assunto. Além de todos os benefícios à população em geral, tais como incentivo à prática de exercícios físicos, alternativa de transporte mais barato e eficiente, diminuição de demanda por combustível fóssil – sujo - ainda poderíamos ser beneficiados, dentre outras coisas, mediante o apelo ecológico, de poder desfrutar, com segurança (sem o risco de ser atropelado), de uma das mais bonitas paisagens do estado, pois é verde o ano todo.



Além do uso de bicicletas para transporte, ainda deixamos de estudar a utilização de recursos naturais que poderiam, ao invés de poluir e nos prejudicar, melhorar nossas vidas. Um exemplo muito importante vem de Franca, cidade do interior de São Paulo, hoje com mais de 300.000 habitantes (quase o mesmo porte de Itabuna e Ilhéus), onde existe o aproveitamento do lodo de esgoto como fertilizante na lavoura cafeeira. O cacau e a seringa, assim como o café, não são consumidos in natura, podendo-se aproveitar esse fertilizante abundante e de baixo custo, tão disponível em nossa região.



Além disso, ainda há abundância da planta aquática, conhecida como baronesa ou aguapé, que nos causa problemas, justamente por falta de aproveitamento adequado. Quem quiser observar com os próprios olhos a riqueza da composição química desta espécie de vegetal, poderá acessar, na internet, o seguinte trabalho: Estudo da biomassa de aguapé, para a produção de concentrado protéico. Publicado no seguinte periódico: Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. Vol.19, n.2. Campinas. Maio/Agosto de 1999. Os autores do referido trabalho são os pesquisadores: Rosalina M.L. Medeiros; Armando U.O. Sabaa Srur e Carmen L. Roquette Pinto. Os autores são lotados nos seguintes Órgãos de Pesquisa: Instituto Nacional de Tecnologia – Divisão de Meio Ambiente – RJ e Departamento de Tecnologia de Alimentos – UFRRJ. Mesmo que por aqui não seja viável a produção de alimentos, poder-se-á pensar em alimentação animal e/ou incorporação ao solo, na condição de fertilizante (adubação verde).


Enquanto o resto do mundo luta pelo aproveitamento, pela reciclagem, pela despoluição e exploração racional dos recursos naturais, nós aqui esnobamos o que a natureza, sutilmente, nos proporciona. Por isso que seremos sempre “uma pobre região rica”!

Sérgio Oliveira é engenheiro agrônomo e professor universitário.

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