segunda-feira, 17 de agosto de 2009



DO ESTADÃO: NÚMEROS DERRUBAM ‘MITO PMDB’

Daniel Bramatti Estadão
O valor do PMDB como aliado nas eleições de 2010 costuma ser medido por seu enraizamento pelo País: 1.201 prefeitos, 97 deputados federais, 9 governadores. Mas os resultados da última disputa presidencial não comprovam a tese de que a máquina peemedebista influencia os eleitores de forma significativa. De concreto mesmo, o que o PMDB tem a oferecer aos pré-candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) é seu tempo no rádio e na televisão: 5 minutos e 46 segundos divididos em dois blocos, três dias por semana.
Em 2006, o PMDB não lançou candidato a presidente nem apoiou formalmente os dois principais concorrentes: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Mas vários líderes regionais peemedebistas colocaram a máquina do partido a serviço de um ou outro candidato – com resultados discutíveis.
Em Santa Catarina, por exemplo, o governador Luiz Henrique, candidato à reeleição, pôs o PMDB a trabalhar pela candidatura Alckmin. O tucano venceu no Estado, com 54,5% dos votos no segundo turno – mas também venceu no vizinho Paraná, onde o peemedebista Roberto Requião, outro que disputava a a reeleição, aderiu a Lula.
Luiz Henrique exercia influência direta sobre 114 prefeitos eleitos pelo PMDB dois anos antes. Se a máquina peemedebista fizesse diferença na eleição, a lógica indicaria uma vitória mais folgada de Alckmin nessas cidades. Mas os números mostram o contrário: o tucano teve, em média, 51,8% dos votos nos municípios com prefeitos do PMDB, 2,7 pontos porcentuais a menos do que obteve no Estado como um todo. Das 114 cidades, Alckmin perdeu para Lula em 51.
O fenômeno também ocorreu no lado oposto. Lula contou com o apoio do governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), desde a largada da campanha. Nos municípios governados por peemedebistas, porém, sua média de votação foi inferior à do Estado (82,3% contra 86,8%).
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