terça-feira, 10 de agosto de 2010

2010, 2012, 2014

Marco Wense

As eleições de 2010 e 2012, esta última para prefeitos e vereadores, são como indispensáveis vitaminas para os que sonham com uma candidatura ao Senado e, principalmente, ao governo da Bahia no pleito de 2014.
Um insucesso eleitoral agora, em 2010, e outro, em 2012, deixa o pretendente sem força, sem poder de barganha, politicamente desnutrido, sem cartas para bancar o traiçoeiro e perverso jogo político.
Para alcançar um patamar político maior, subindo um degrau a mais na escada do poder, os futuros pré-candidatos têm que passar nos testes eleitorais de 2010 e 2012.
O bom desempenho nas urnas, no entanto, não credencia o pré-candidato para a disputa do cargo pretendido. Não significa que sua candidatura seja irreversível.
A eleição do petista Walter Pinheiro para o Senado, por exemplo, não quer dizer que o bom deputado, com a reeleição do governador Jaques Wagner, vai ser o candidato natural do PT na sucessão estadual de 2014.
É evidente que Pinheiro como senador da República, ocupando uma das duas vagas para a Casa Legislativa, se fortalece. Mas o candidato ao Palácio de Ondina, em 2014, será o da vontade de Wagner e não do PT.
Aliás, muitos petistas apostavam que o nome de Dilma Rousseff como candidata à presidência da República não passava de uma brincadeirinha do presidente Lula para agradar a ministra-chefe da Casa Civil.
Deu no que deu: Luiz Inácio Lula da Silva, respaldado pelo carisma e pela invejável popularidade, impôs o nome de Dilma. O PT não teve outra saída que não fosse a de “engolir” a principal figura do PAC.
Outro exemplo, bem tupiniquim, diz respeito ao deputado Geraldo Simões, que sonha com uma candidatura a senador na eleição de 2014. O ex-prefeito de Itabuna, para se tornar uma opção do petismo, tem que passar pelos testes eleitorais de 2010 e 2012.
Além da reeleição para o Parlamento federal, com uma boa votação, Geraldo Simões tem que se candidatar a prefeito de Itabuna e derrotar o Capitão Azevedo (DEM), fortíssimo candidato a um segundo mandato.
Pois é. O ano de 2014, quando o assunto é pretensão política, está umbilicalmente ligado aos resultados eleitorais de 2010 e 2012.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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