Saul Barbosa morre aos 58 anos

Fonte: Haroldo Abrantes/ Agência A TARDE

Itasusci e Saul Barbosa

Saul Barbosa trabalhou por mais de 30 anos como músicoO compositor baiano Saul Barbosa faleceu na madrugada desta quarta-feira, 15. O músico, de 58 anos, fazia tratamento para insuficiência renal há nove anos e estava internado há cerca de 90 dias no Hospital espanhol. O corpo será cremado no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, às 10h desta quinta-feira, 16.


Apesar do estado de saúde grave, a família acreditava na recuperação do músico, segundo informou o seu ex-cunhado, Augusto Ribeiro. Saul estava em coma induzido desde a sua internação. Ele foi levado para a unidade médica depois de passar mal durante um show no qual se apresentou com Márcia Short na cidade de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O compositor deixou uma filha de 38 anos, do casamento com Clara Maria Ribeiro. Eles estavam divorciados há mais de 15 anos. Lúcia Helena morava com o artista em sua casa na Barra.

Tratamento - Após a descoberta do problema renal, o músico passou a ter uma vida limitada. Ele ia ao hospital três vezes por semana para fazer hemodiálise e tinha uma dieta altamente restritiva, segundo Augusto Ribeiro. Além dos cuidados com a alimentação, também tinha limitação para ingerir líquidos. “O médico liberava pouca quantidade de água por dia porque o rim dele não funcionava bem”.


Além da dieta rigorosa, Saul Barbosa também sofria com cansaço físico, mas tentava levar uma vida normal, de acordo com o ex-cunhado. O compositor raramente saía de casa e dificilmente comparecia a shows. Seu trabalho era feito em sua residência.


A música, segundo Ribeiro, o ajudou a lidar com o problema de saúde. “Se ele não fosse músico, já poderia teria morrido há mais tempo. Saul passava 15h por dia sentado com o violão. Isso era hábito. A música aliviava a doença. Todos são unânimes em falar isso”, comentou.


Carreira – Nascido em Ilhéus, no sul da Bahia, Saul Barbosa começou a trabalhar aos 17 anos como animador de festas e praias da localidade. Influenciado pela tropicália e bossa nova, teve sua primeira música gravada em 1978. O primeiro disco, intitulado “Bahia, Cidade Aberta”, foi lançado em 1995. Gravou ainda outros três álbuns e dois LPs.


O artista teve músicas interpretadas por artistas como Elba Ramalho, Ivete Sangalo, Gerônimo, Margareth Menezes e Jussara Silveira. Suas composições também fizeram parte do repertório de diversas bandas baianas, a exemplo do Asa de Águia, Chiclete com Banana, Cheiro de Amor, Ara Ketu e Bom Balanço.