domingo, 15 de março de 2009

PLANETA REGGAE Por Paulo Fumaça



A Tribo de Jah, uma das bandas mais conceituadas de reggae do Brasil, chega ao 14° disco intitulado “Refazendo”. Mesclando temas queridos pelos integrantes, sucessos sugeridos pelos fãs e cinco canções inéditas, o CD é um lançamento da LGK Music com distribuição da Som Livre.

“Fazer um CD só com músicas conhecidas tornaria o resultado não muito atrativo. E a gente tem tantas músicas novas esperando para serem gravadas!”, diz Fauzi Beydoun, vocalista e principal compositor da Tribo, nascida na Escola de Cegos do Maranhão. Hoje, a formação conta com Fauzi, Aquiles Rabelo, Frazão, João Rodrigues, Zé Orlando e Marlon Siqueira. “Da formação original, só o Neto, guitarrista, continua no grupo, entrando o Marlon na guitarra para reforçar a tribo Ele, porém, estará de volta para nosso próximo projeto. Kenilson, que é filho de Neto e toca teclados na banda há algum tempo, é o sétimo elemento, que em breve será efetivado”, esclarece Fauzi.

“Refazendo” traz as canções inéditas “Garota dreadlock”, “A flor ou o espinho”, “O amor que eu quis”, de autoria de Fauzi, e “Sem amarras (versão dele para a canção “Sin cadenas”) e “Mata Atlântica” , de Nengo Vieira (ver comentários no final do texto). O repertório inclui os sucessos, também de autoria de Fauzi, “Regueiros Guerreiros”, “Babilônia em chamas”, "Uma onda que passou e eu não dropei" (versão de “Santeria”) e "Não basta ser rasta" (parceria com Frazão). “Levamos em conta que o CD tributo "A Bob Marley", de 2001, foi um momento especial da carreira da banda, por isso tivemos a idéia de inserir dois títulos com uma roupagem bem diferente”, explica ele, referindo-se às faixas “Mundo em confusão” e “Waiting in vain”.

Dentro de um mercado atualmente positivo para o reggae no Brasil, a Tribo de Jah conseguiu conquistar um público fiel em todos os rincões do país e se tornar uma referência obrigatória. “Podemos dizer que a Tribo está numa situação confortável no mercado nacional e consolida cada vez mais a carreira internacional. Esse ano lançamos, por exemplo, um CD na América do Norte e um na Argentina, simultaneamente. Posso dizer, com convicção, que a banda está em seu melhor momento. O que é, no mínimo, muito gratificante depois de 21 anos de estrada”, comemora Fauzi.

Fauzi Beydoun comenta as faixas inéditas de “Refazendo”:

Garota Dreadlock”: Esta é dedicada a uma fã que escreveu uma carta para mim contando a história da sua vida. Ela já era mãe muito novinha, fiquei muito comovido, o que acabou resultando nessa canção.

”A flor ou o espinho”: Tem um cunho mais espiritualista, mas passa uma mensagem positiva, de que só o amor pode realmente nos elevar em nossa jornada espiritual. Uma mensagem sempre oportuna, através de um reggae de muito swing e com um groove genial.

”O amor que eu quis”: É um reggae que tem uma pitada de "rhythm´blues" e uma veia mais romântica. As canções românticas, no caso da Tribo, têm que soar sempre sinceras. Sentimentos que emanam da alma...

Sem amarras”: Uma versão de Los Pericos, grupo argentino que lançou a faixa
original "Sin cadenas". Na real, eu me identifiquei muito com a letra e achei tanto o texto quanto a música muito legais, uma pérola dessa boa banda.

”Mata Atlântica”: Também uma versão, do original de autoria de Nengo Vieira, grande irmão de um talento genial. É uma música que eu gostaria de ter feito e tem tudo a ver com o sentimento de protesto pela avançada degradação ambiental em que vivemos. É uma causa que nos toca muito e achei que seria um tema atual e oportuno.

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